" A depressão é semelhante à noite inopinada em pleno dia"
Joanna de Ângelis
Citaremos alguns aspectos sobre a depressão trazidos por uma reportagem da revista VEJA, em sua edição de nº 2046, de 06/02/2008:
"A entrada na casa dos 40 anos causa mesmo um tremendo baque emocional - e é muito dificil evitá-lo. Em compensação, quem chega aos 70 anos com boa saúde tem grandes chances de encarar o dia-a-dia com o mesmo otimismo e a disposição que movem os jovens de 20. Essas são as duas principais conclusões da mais extensa pesquisa já feita sobre a relação entre a idade e a satisfação com a vida. O estudo, coordenado por economistas americanos e ingleses, analisou dados médicos de quase 2 milhões de pessoas de oitenta países, incluindo o Brasil. As informações foram obtidas em hospitais, clínicas e universidades. Os quarentões concentram o maior índice de infelicidade e de casos de depressão independentemente de sexo, estado civil, condição social, número de filhos ou nacionalidade. A pesquisa conclui que a sensação de felicidade ao longo da vida evolui como um gráfico em foma de "U". Está no auge por volta dos 20 anos, entra em curva descendente na década seguinte e chega ao fundo do poço na meia-idade. A partir dos 60 anos, a curva da felicidade recupera o fôlego e, aos 70 anos, volta ao mesmo nível relatado pelos jovens adultos. A fossa dos quarentões e a boa disposição de jovens e idosos explicam-se em boa parte pelas situações que geralmente surgem nessas fases. Enquanto os jovens têm uma enorme confiança no futuro e os idosos saudáveis experimentam a sensação de dever cumprido, os quarentões enfrentam um cenário bem diferente. Mesmo involuntariamente, a chegada à maturidade estimula uma análise da trajetória até aquele ponto da vida, muitas vezes acompanhada de sentimentos de frustração por projetos não realizados e de medo do futuro"
Ressalvo que a importância maior deste artigo é a citação das fontes onde o leitor poderá encontrar aulas profundas sobre a depressão, interpretada pela visão espiritual através da venerável Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo, iniciando com os comentários dela no livro Amor, imbatível amor da LEAL Editora. É interessante destacar a coincidência do ensinamento de Joanna com o dado informativo acima na reportagem. Leciona ela: " A Situação se torna mais grave quando se acerca de uma idade especial, 35 ou 40 anos, um pouco mais, um pouco menos, e lhe parece que não conseguiu o que anelava, não se havendo realizado em tal ou qual área, embora noutras se encontre muito bem. Essa reflexão autopunitiva dá gênese a um estado depressivo com indução ao suicídio."
Continuando no mesmo livro: "Tenha-se em mente um instrumento qualquer. Quando harmonizado, com as peças ajustadas, produz, sendo utilizado com precisão na função que lhe diz respeito. Quando apresenta qualquer irregularidade mecânica, perde a qualidade operacional. Se a deficiência é grave, apresentando-se em alguma peça relevante, para nada mais serve. A doença emocional, desse modo, apresenta-se em ambos os níveis da personalidade humana: o corpo e mente. O som provém do instrumento. O que ao segundo afeta, reflete-se no primeiro, na sua qualidade de exteriorização."
No livro Triunfo Pessoal, da LEAL Editora, Joanna de Ângelis, através de Divaldo, faz um apanhado valioso sobre o tema depressão, impossível de ser anexado a esse pequeno artigo. Relembra ela as causas variadas da doença depressiva, tais como traumas na vivência sexual, perdas de entes queridos, o desemprego, perda de algum afeto que resolveu prosseguir sozinho, acidentes, agre ssões perversas, traumatismos cranianos, vivências do período perinatal quando se experienciou a amargura da mãe que não desejava o filho, do pai violento, das pelejas domésticas, a inevitável transferência de dramas e tragédias de uma para outra existência carnal, inclusive os processos de parasitose espiritual quando existe a consciência de culpa.
Conforme ensina Joanna no prefácio do livro O Despertar do Espírito, da mesma editora mencionada anteriormente, não podemos perder de vista a realidade tridimensional: Energia pensante, psicossoma e soma, ou, se assim preferirmos, Espírito, perispírito e matéria. Não são departamentos estanques. As atitudes do ser imortal transitam de um para outro campo vibratório, insculpindo nos equipamentos orgânicos, emocionais e mentais os inevitáveis resultados deles decorrentes. Por isso mesmo Jesus propunha a erradicação do mal no ser imortal para que os demais componentes do homem conhecesse a paz. Ainda não foi compreendido. Procuramos nas medicações sofisticadas o apaziguamento de nossa consciência. Procuramos nos prazeres materiais a razão de ser de nossa existência. As consequências são os desajustes emocionais, essa sensação de partir-se por dentro, de sentir-se sem rumo, de vazio interior. Para esse mal como para todos os outros, é necessário conhecer-se a si mesmo com coragem e determinação. Quando isso acontecer, o nosso dia de luz intensa jamais será visitado pela noite inopinada ou pela nuvem ameaçadora capaz de toldar o sol da Vida abundante.
Revista Internacional de Espiritismo. abril de 2008. escrito por Ricardo Oreste Forni.